Friday, July 20, 2007

Sem Título

Saber,
Que entre as nossas mãos está o mundo
Que entre palavras por nós trocadas
Nunca haverá no fundo
O vazio daquelas almas penadas
Que não conseguem pelas entrelinhas explicar
O que nas palavras não se encontra!

Saber,
Que quando te olho nos olhos
O nosso mundo vibra...
Querer,
Com toda a essência do meu ser
Ser um nós, para sempre!

E por fim...
Saber meu amor
Que no momento em que a tua pele beija a minha
Somos nós os donos da existência,
Senhores do Tudo e do Nada
Do Preto e do Branco!
Capazes de mover o cosmos
E de agitar a tranquilidade,
Paramos o tempo com as carícias que trocamos
E despertamos finalmente o Amor!
Com toda a suavidade...

Wednesday, June 13, 2007

Memória de uma tarde perfeita

Quando me olhas ao sol meu amor
É como se o próprio sol nunca tivesse
Tido qualquer importância.
É como se o próprio sol me dissesse
"Ama. Ama muito porque anoitece!"

Dás razão ao ilógico,
e calor ao frio!
E tudo isso com o teu olhar meu amor
quente como o sol,
Melódico como esta noite que se aproxima...

És Tudo e Nada
O Sempre e o Nunca meu amor!
És qualquer coisa uma infinidade de vezes
Sem nunca deveres nada ao mundo,
Incapacitando-o por vezes
De brilhar como os teus olhos ao sol
De tudo iluminar com um simples sorriso,
De no fundo, ser tudo e ser-te a ti
E ser-nos a nós também,
Ser o Tudo, o Nada, o Momento...
Que somente a nós pertence.

Sunday, June 10, 2007

A Mentira

Sonhos.
O meu vazio não passa de sonhos.
Sonhos que tenho, terei
E até sonhos que nunca tive
Me amaldiçoam o espírito.

No fundo do meu abismo
(Que não tem fim)
Te encontro sentado à minha espera...
Olhas para mim com ar de quem detém
O mundo nas mãos.
"Já aqui estou. Podemos partir."

Que todo este mundo por mim criado
Finde do modo por mim desejado.
Que este sabor a sangue e a tortura
Desapareça com a minha loucura,
De querer dar sem receber
De querer saber sem ter de sofrer
De te querer, com um querer
Mais forte que o meu viver!

Que eu morra sem sepultura,
Indigna de sagrada oração
Que apodreça, nua
Na Mentira da vida que vivi
Com a Verdade na palma da mão...

Normal

O modo como olhas para mim...
Não o mereço.
Essa mão que me embala nos novos começos
Não a mereço.
Não sou digna do princípio nem do fim
Da carência e da abundância
Tudo em mim tem uma finalidade inútil
Para comparar o Nada com o Vazio
Da existência que de mim resulta!

Esta carne, meu único pertence
Pulsa por te ver
E sofre por te sentir
A penetrar nesta doce loucura
Pelo teu beijo envenenado desespera
E pela tua mão impiedosa não sente repulsa.

Sangue, sangue.
Silícios no meu coração!
Porque não poderei nunca alcançar normalidade?
Pedras, pedras...
Quero ser apenas mais uma no chão.